Caros amigos,acabo de formalizar, junto da distrital de Santarém, a minha demissão de presidente da concelhia do PSD de Salvaterra.
Depois de um email que vos enviei por entender ser necessário defender a minha honra, venho agora falar-vos com o coração e dizer algumas coisas que reputo de importantes.
Recebi sinais claros de que a minha continuação nestas funções não teria o apoio de um grupo restrito de 3 pessoas da minha comissão política. Como são companheiros que respeito e considero, e contra quem eu nunca tomaria uma atitude de oposição, resolvi não impôr a minha presença nem tentar manter o lugar através de uma nova lista - solução essa que me foi sugerida por vários militantes.
Preparava-me para levar o Partido para o culminar de um processo que comecei há 3 anos. Infelizmente não me foi permitido fazê-lo; espero que as pessoas quiseram substituir-me o façam melhor do que eu faria. Já aprendi que o Partido tem de ser mais importante que qualquer um de nós, e quem está à frente tem de ter a competência, o carisma e a combatividade políticas como requisitos principais. Só depois outras coisas importam.
Não fiz tudo bem, mas também não fiz tudo mal. E o saldo que agora faço no momento da despedida, meus queridos amigos, esse é muito positivo.
1. Cheguei à liderança do PSD por altura das fatídicas eleições autárquicas de 2009. O Partido estava esgaçado, ferido, dividido e foi com alguma capacidade que consegui juntar as diferentes sensibilidades e refazer o projecto.
2. Por altura da campanha autárquica, assumi a direcção dos eventos de campanha e dei um contributo na área do discurso público que muito valorizou a qualidade do Partido.
3. Filiaram-se pessoas que andavam há tanto tempo com processos pendentes e são dezenas as novas afiliações ao Partido durante os meus dois mandatos.
4. Estabeleci a estratégia e estive na génese da criação da JSD.
5. Promovi encontros com militantes e simpatizantes em todas as freguesias do concelho. Em cada um desses eventos era notória a boa disposição e a disponibilidade de um número cada vez maior de pessoas.
6. Intervim em reuniões públicas em nome do PSD, para desconforto da oposição que começou a queixar-se que agora o PSD, o da minha liderança, era um PSD mais agressivo - claro, começava a incomodar.
7. Criei o blog onde foi colocando artigos e expondo o Partido com textos de qualidade. Fui pedindo colaboração mas de ninguém - infelizmente - tive ajuda.
8. E fiz trabalho que não parece... porque não aparece à vista, mas é trabalho. Gerir desentendimentos, acalmar zangas escondidas de umas pessoas contra as outras ... enfim, muito trabalho.
9. E cheguei a este ponto pensando que estávamos prontos, coesos, unidos para o ataque final: uma grande aposta para as autárquicas. Ouço todos os dias de pessoas, da comunidade, que mencionavam o meu nome como um bom candidato do PSD. O sentimento estava a generalizar-se. Como a generalidade das pessoas pensam, também eu penso que seria o candidato natural não só pelo meu trabalho mas também pelas minhas características políticas.
10. Alguns companheiros acharam que não; acharam que eu servi para trazer o Partido até aqui mas que agora outro deverá colher os resultados. E saio; saio com o sentido do dever cumprido e com pena de não ser parte do que construí. E com muita pena se porventura a liderança que quer estabelecer-se não fizer melhor do que eu faria.
11. Deixo aqui os meus agradecimentos aos companheiros que acharam por bem a minha substituição: ao João Filipe, meu vice-presidente, obrigado pelo apoio que me deste até te mostrares indisponível para estar comigo. Ao Manuel Nunes, desejo um bom desempenho nos desafios que aceitar. Ao José Balbino, obrigado por cada intervenção e por nunca sentir inimizade de sua parte, apesar de ser notório que não gostava do meu estilo.
12. E a todos, ao Pedro Lopes pela sua exuberância, ao Paulo Caderias pela amizade genuina e à prova de bala, ao Sr. Jorge Silva pelos anos que tem dado ao Partido, ao Jorge Silva pela ajuda nas questões económicas, ao Alírio, ao Sr. Joaquim Luis, ao Sr. João Brardo e aos dois ausentes :) Carlos Brardo e Ricardo Caseiro, a todos, um abraço.
Deixo aqui também um respeitoso cumprimento ao sr. Rafael João, a quem muito ouço porque disso tenho a obrigação.
Desejo que quem achou que a minha presença atrapalhava o Partido tenha agora espaço e a competência para fazer melhor do que eu. Uma vez que, em princípio, em equipe que ganha não se mexe, esperamos que todos venham a lucrar com esta mexida. Espero sinceramente que, com esta mexida, ganhe o PSD e não a oposição.
Entretanto, o PSD/Salvaterra continua a contar com a minha modesta colaboração, à retaguarda, na certeza de que a vitória do PSD é a nossa vitória.
Atenciosamente,
Luís Seabra Melancia
sexta-feira, 8 de junho de 2012
segunda-feira, 4 de junho de 2012
ELEIÇÃO NO PSD/SALVATERRA
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