quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Isto não são favas contadas...

Heisenberg foi um físico alemão que, na década de 1920, estabeleceu o «princípio da incerteza». De acordo com Heisenberg, «é impossível medir simultaneamente e com precisão absoluta a posição e a velocidade de uma partícula». Incerteza! Os dados estavam lançados e, partir daí, este princípio foi adoptado por outros campos do conhecimento.

Se olharmos de perto para os grandes temas da política nacional e internacional, veremos que a incerteza é, de facto, «uma cena que nos assiste», para usar a expressão do famoso spot publicitário. Sociologicamente, vivemos hoje sob o primado da incerteza. Fala-se de incerteza nos mercados, incerteza da manutenção do posto de trabalho, incerteza na continuidade de direitos adquiridos…incertezas, incertezas e mais incertezas. Parece que a incerteza é o que de mais certo temos.

Aqui em Salvaterra também temos a nossa dose de incertezas. A tradição já não é o que era, e o processo político em Salvaterra está diferente, está incerto; isto «não são favas contadas» e o ano de 2013 advinha-se como um ano de profunda mudança.

1. Até agora, temos um Partido que, por conta de um arranjo político-personalista, governou sem obstáculos nem impedimentos. O Bloco de Esquerda, por ter tido maiorias absolutas, nunca teve nos partidos da oposição o impedimento para fazer e deixar de fazer tudo o que quis e como quis. O BE não pode culpar ninguém dos vergonhosos índices de atraso de que este concelho sofre.

2. Até agora, tínhamos outro Partido que se perfilava como o herdeiro natural do próximo ciclo; até porque a dança de cadeiras é uma coisa natural na cabeça de certos actores políticos. «Ora agora mandas tu, ora agora manda eu…», canta o povo. O PS, que já se sentou na cadeira do poder deste município, achava que tinha assim uma espécie de direito indiscutível a substituir o BE.

Ora, perante estas certezas, onde é que entra a incerteza? Haverá alguma coisa que vem perturbar esta desejada ordem? Haverá alguém que vem agitar as águas e impedir o pântano? Há falta de um, temos dois imponderáveis que vieram trazer a incerteza à pasmaceira política tão desejada por alguns.

1. Primeira incerteza: ouvem-se ecos de candidaturas independentes à chefia do executivo. E isso é bom, porque a democracia não se esgota nos partidos.

2. A outra surpresa a agitar o pântano político é o PSD. Com uma liderança renovada e reforçada de há dois anos a esta parte, o PSD está a mostrar uma vitalidade que promete avivar a discussão política e baralhar as contas da esquerda – quer do BE quer do PS. O PSD foi o partido que, em Salvaterra, mais cresceu nas últimas eleições legislativas e está, com calma e segurança, a traçar uma trajectória de vitória. Estamos a fazer um trabalho discreto, mas estamos a trabalhar. E algo está a mudar: o cansaço da esquerda começa fazer-se sentir em Salvaterra e o PSD, que nunca teve a oportunidade de desenvolver um projecto alternativo à ideologia de esquerda, vê com sentido de responsabilidade a possibilidade de vir a constituir executivo nas próximas eleições autárquicas.

Para quem pensava que estava tudo certinho, tudo garantido, para quem pensava que o próximo ciclo estava mais que definido, nós incomodamos. As pessoas que se pensavam donas da política em Salvaterra, que gostavam de um PSD calado, quieto, cordato, essas pessoas ficam incomodadas connosco. Mas temos um sonho político: servir a comunidade e liderar um processo de renovação política e de desenvolvimento. E torno a repetir que «isto não são favas contadas».

Com o PSD à frente, o concelho está primeiro.

Luís Melancia
Presidente da CP do PSD/Salvaterra de Magos

3 comentários:

  1. Até que enfim começo a ouvir alguém com lucidez a tratar os bois pelos nomes. Força, essa malta prcisa de ser confrontada com as suas dcisões, as quais tiveram por consequência manietarem este concelho, mantendo-o no atraso que hoje está patente.
    Bem haja.

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  2. O XIII CONGRESSO NACIONAL DA ANAFRE vai realizar-se em Portimão, como oportunamente informámos.
    Tal evento acontecerá nos dias 2 e 3 de Dezembro do ano corrente.
    O CONGRESSO subordina-se ao Lema: «AS FREGUESIAS NA REFORMA DO ESTADO».
    O CONGRESSO vai discutir as posições a (re)afirmar perante o «DOCUMENTO VERDE DA REFORMA DA ADMINISTRAÇÃO LOCAL».Será que é agora que alguém,de qual cabe responsabilidades do conselho, e das freguesias vai ter oportunidade de dizer algo sobre a freguesia de Marinhais. Até agora só se tem ouvido dizer que não é possível acabar com a freguesia, mas ainda não ouvi nada da classe politica.

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  3. Pois fiquei muito surpreendido quando na quarta feira finalmente, pensaram inaugurar as ilhas ecológicas,eu pensava que se tinham esquecido das mesmas ou estavam a guarda-las para as próximas eleições.Mas o que mais me surpreendeu é que as ilhas estavam rotas.Não bastou tanto tempo. Para estarem como deviam de funcionar. Pois penso que é de uma grande falta de acompanhamento destas obras por parte dos técnicos da câmara municipal, para que o caso assim aconteça.Agora estão umas de serviço e outras de cabeça tapada com pano preto até parece que morreu ali alguém. Isto é só um pouco da historia que muito mais se pode contar.

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